Porque o mundo já os conhece.
Apesar da grande surpresa chamada COVID-19, 2020 também nos trouxe ótimas notícias. E dentre elas, está o reconhecimento internacional de alguns brasileiros que nos encheram de orgulho. Selecionamos 5 nomes que ultrapassaram a média e se tornaram referência, para a nossa alegria.
Dayvid Almeida
O designer brasileiro ganhou um prêmio mundial com um projeto de mobilidade urbana inovador e futurista. O pernambucano de 27 anos foi o grande vencedor do Moving’on Challenge Design 2020, desafio dedicado à mobilidade sustentável.
O projeto de Almeida foi batizado de MUT.E e teve como inspiração um ser marinho, o polvo. O veículo serve não apenas como meio de locomoção, interligado a uma futura rede de mobilidade aérea, em cabos, mas também, como um mobiliário urbano, já que sua estrutura permite que ele possua várias funções.
Rafaella de Bona Gonçalves
A estudante brasileira desenvolveu um absorvente interno com fibra de banana para mulheres em situação de rua e ganhou um prêmio de design.
A curitibana Rafaella de Bona Gonçalves quer tornar realidade seu projeto que já ganhou prêmio internacional pela criatividade e pelo design inovador, além do impacto social.
O projeto ganhou o nome de Maria – “um nome muito brasileiro, que acolheria todas essas mulheres invisíveis” – e surgiu a partir do trabalho de conclusão do curso livre, que exigia que os estudantes criassem produtos com base em um dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Rafaella não hesitou e escolheu o primeiro da lista: acabar com a pobreza. De que forma? Aliviando o sofrimento e desconforto de mulheres e garotas em situação de rua no período menstrual, que não têm acesso a produtos de
higiene, banheiros e água.
Filipe Vargas Ferreira
O engenheiro brasileiro foi um dos vencedores de um prêmio global com um projeto de um polímero biodegradável a partir da celulose. O mineiro foi um dos 25 selecionados pelo Green Talents 2020. Ele desenvolveu um polímero para ser usado em embalagens e como implantes médicos.
Filipe Vargas Ferreira, de 32 anos, doutorando da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), Ferreira, concorreu com 589 candidatos de 87 países.
“O prêmio é o reconhecimento de um trabalho que venho desenvolvendo
durantes alguns anos. Mais importante que isso, o Green Talents é o reconhecimento mundial de uma pesquisa de ponta desenvolvida em uma
universidade pública brasileira”, disse Ferreira.
Patrícia de Medeiros
A cientista pernambucana conquistou um prêmio global com um estudo sobre plantas alimentícias não convencionais, como araçá, cambuí e ingá. Ela ficou entre as 15 pesquisadoras do mundo inteiro vencedoras do International Rising Talents. Patricia estuda as PANCs e sua relação e benefícios com comunidades locais. Seu trabalho busca diversificar a dieta da população nordestina.
O prêmio Rising Talents é uma iniciativa que tem como objetivo principal
impulsionar o trabalho de mulheres, jovens cientistas promissoras, até que se tornem pesquisadoras reconhecidas em todo mundo.
Patrícia já tinha recebido uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil por ter sido premiada também na etapa nacional do prêmio Para Mulheres na Ciência 2019. Agora, com o Rising Talents, ganhará mais 15 mil euros para serem investidos em sua pesquisa.
A cientista pernambucana foi uma das selecionadas por um júri internacional de especialistas, entre mais de 250 doutoradas e pós-doutoradas.
“Fiquei muito feliz com a premiação, pois me abriu muitas portas e deu maior visibilidade a meu trabalho e às PANCs’”, disse Patrícia.
João Aprígio de Almeida
O coordenador da Rede Brasileira de Banco de Leite Humano recebeu um dos mais importantes prêmios da saúde mundial. Há mais de 30 anos ele está a frente do programa brasileiro, que é referência mundial, e já teve seu modelo replicado em mais de 20 países.
O Brasil possui um programa que é exemplo internacional, considerado o maior e o mais complexo do mundo. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH) da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), que disponibiliza leite materno a recém-nascidos de baixo peso (menos de 2,5 kg), tornou-se referência global por aliar baixo custo e alta tecnologia – atualmente são mais de 20 países que replicam o modelo brasileiro – entre eles, Rússia, Índia, China, África do Sul, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Devido ao sucesso da iniciativa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) conferiu um dos mais importantes prêmios da área, o Dr. Lee Jong-wook de Saúde
Pública, ao pesquisador brasileiro João Aprígio de Almeida, que coordena a Rede Brasileira de Banco de Leite Humano.
Doutor em Saúde Pública, Aprígio de Almeida trabalha há 34 anos na Fiocruz. “O Brasil tem um trabalho inovador e estamos empenhados em ampliar essa rede dentro e fora do país. É uma satisfação contribuir para a redução da mortalidade infantil”, afirma.